Apesar desses traços nas nossas relações sociais, a expansão contemporânea do
ensino público tem possibilitado que negros e mulheres consigam concluir a educação
básica. Finda essa fase, esse grupo de pessoas, antes alijados do processo de escolarização,
também começa a demandar inserção em todos os cursos superiores. Para as mulheres
brancas com melhores condições econômicas, a realização dessa demanda vem ocorrendo
faz algum tempo. Boa parte delas, após concluir o ensino médio, tem tido acesso ao nível
superior público, embora a grande maioria ainda esteja inserida em cursos caracterizados
como de menor valor social, como, por exemplo, psicologia, pedagogia, nutrição,
enfermagem. Mesmo nesses cursos não valorizados adequadamente no mercado de
trabalho, e até mesmo no meio universitário, o número de alunas e alunos negros é ainda
ínfimo.
Não temos dúvidas de que esse quadro é, ainda, reflexo do processo de formação
desigual e injusta do País, ou seja, a nossa formação nacional fundada sob os valores da
escravidão e do racismo levou a sociedade brasileira a discriminar e/ou excluir racialmente
a população negra, o que, conseqüentemente, concentrou-a nos níveis socioeconômicos
mais baixos.
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